sábado, 9 de agosto de 2008
Ontem Fui... Hoje Sou...
Fui,
Um imolado daquela enfermidade social,
Um náufrago daquele conformismo infernal,
Um resto de uma existência dirigida,
Um acompanhante desacompanhado.
Fui,
Carne, que ardia em cada fenecer,
Espírito que padecia em cada sofrer,
Ninguém como alguém que nada quer ser,
Produto de um meio que não se descondicionou.
Sou,
Uma consciência desapossada e incontida,
Um todo que se faz a si mesmo,
Uma parte de um todo descontraído,
Um ser que se encontrou e se fez sentido.
Sou,
Alegria em todo amanhecer,
Amante amado em todo anoitecer,
Felicidade que se expande,
Aquele que, apesar de tudo,
Não deixa de ser.
(José Valdir Pereira)
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